Penso sobre o velho e o novo, o novo inspirado no velho, o ensino e a aprendizagem partilhados entre novos e velhos: vê-se cada vez mais a procura de inspiração no passado, o olhar para trás para encontrar caminhos para o futuro. E enquanto penso nisso e em como isso se reflecte na criação artística, penso também em como esse olhar para o passado está influenciado pelo ensino, pela transmissão de conhecimentos, de conceitos ou hábitos. E se essa influência é tão óbvia em algumas disciplinas como as artes aplicadas, a música ou cinema, não me parece nada tão clara nas artes cénicas. Pode o teatro olhar para trás e continuar a caminhar para a frente? A dança? E se calhar mais importante - é interessante que o façam? Acho importante um ensino acessível e cativante, acho importante para a formação de cidadãos e artistas que se conheça o passado, mas a pergunta cuja resposta pode ser interessante é se essa transmissão, essa herança cultural se pode manifestar claramente num palco.Teremos a generosidade de aceitar o passado e deixá-lo moldar o nosso presente hiper-moderno? Resistiremos à tentação da "visão pessoal actualizada"? Como é que se transmite essa influência?
Dois vídeos muito diferentes sobre esta questão: